Para nós o biológico ou qualquer maneira de produzir orgânico não é só uma alternativa, é a única maneira de fazer. A produção de alimentos apoiada na utilização de agro-tóxicos não faz sentido porque por um lado degradamos os solos que nos hão-de sustentar, e por outro lado contaminamos os alimentos que nos hão-de dar saúde, sem esquecer os efeitos secundários que isto tem na saúde dos agricultores e das pessoas que moram em seu redor.
As monoculturas, extensões a perder de vista do mesmo cultivo, são outro grave problema na agricultura, que vêm ao encontro da utilização de agro-tóxicos. Ao só existir uma única espécie de cultivo as pragas e doenças não tardam em espalhar-se, o que leva a uma forte utilização de químicos e ao pensamento que sem eles não é possível produzir. Mas é! Temos de saber colaborar com a natureza e planificar o nosso pomar de maneira a diversificar as espécies e assim, além de menos pragas, teremos diversidade de produtos evitando o risco de perder a única colheita do ano quando as condições são desfavoráveis, tornando-nos mais resilientes.
São estas, e muitas mais, as razões que nos levam a produzir e a consumir biológico.
É preciso tomar consciência da importância que os alimentos têm na nossa saúde. Os alimentos procedentes de agricultura biológica são mais ricos em minerais, vitaminas e antioxidantes, e além disto tudo são mais saborosos e aromáticos. Estes factos são devidos ao modo de produção. Enquanto no convencial damos tudo o que a planta precisa, mas em concentrações que não têm em conta a planta em si mas sim a produção, o modo biológico centra-se no ecossistema, em recompor a saúde do solo para que a planta por si só consiga tudo o que necessite. Desta maneira fazem-se adubações de uma maneira mais metódica, sempre com matéria orgânica natural, não de síntese, o qual se reflecte numa menor quantidade de nitratos nos alimentos biológicos. O perigo dos nitratos no nosso corpo é que dão origem a moléculas cancerígenas e a nível ambiental poluem as águas por lixiviação.
